domingo, 13 de março de 2011

Acidez estomacal

Para um entendimento completo da postagem abaixo, leia também: O que se deve tomar em uma indisposição estomaca? x Estequiometria
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Todo mundo já ouviu falar que nosso estômago é ácido!
A baixa acidez de nossos estômagos (pH em torno de 1,5) se deve ao famoso ácido clorídrico (HCl) que é indispensável para que a enzima pepsina catalise (quebre) a digestão das proteínas dos alimentos.
O alimento ao chegar ao nosso estômago é inundado pelo suco gástrico ácido que é liberado pelas glândulas da mucosa estomacal. Os íons hidrogênio são formados em nosso plasma sanguíneo pela ionização do CO2 dissolvido. Estes íons são transportados através do revestimento estomacal juntamente com o Cl-, o que proporciona um equilíbrio entre cargas. Como as paredes do estômago também têm proteínas, é razoável indagar por que não são
digeridas, ou seja, por que o estômago não se digere a si mesmo. Na realidade, isto acontece às vezes, e forma-se um orifício, uma úlcera gástrica. Na maioria das vezes, porém, a parede do estômago resiste ao ataque dos íons H3O+ (os íons ácidos) graças à camada protetora de células produtoras de muco. Estas células impedem que os íons H3O+ e Cl- (provenientes da ionização do HCl) se difundam ao revés, para o plasma sanguíneo. Em geral, estas células desprendem-se da mucosa e são substituídas continuamente à taxa de cerca de meio milhão por minuto.
Quando se come muito, ou quando o estômago está irritado por alimentos muito condimentados, há um excesso de produção de ácido e o pH diminui até um ponto em que se sente azia. Esta sensação é muitas vezes sintoma de acidez em excesso e pode ser combatida por um antiácido.

As membranas da parede estomacal também podem ser atacadas pela ação da aspirina. Este composto, o ácido acetilsalicílico (C6H4(CO2CH3)CO2H), é um ácido carboxílico fraco (Ka = 3,2 x 10-4). No pH do estômago, a maior parte de sua base conjugada, o íon acetilsalicilato ((C6H4(CO2CH3)CO-2)), reage com os íons H3O+, e a aspirina está, em grande parte não ionizada.
Na forma neutra, as moléculas de aspirina podem penetrar nas membranas estomacais, e atingir uma região de acidez menor, no interior da membrana estomacal. Nessa região a aspirina ioniza-se e libera H3O+. A acumulação de H3O+ no interior da membranas provoca sangramento, mas em geral o sangramento por comprimido ingerido é perigoso.
                                          Fig. 1 - íons sendo lançados ao estômago.

Referências: Química e Reações Químicas; KOTZ, John C., TREICHEL JR, Paul; 4ª Edição; 2º volume; Rio de Janeiro; Editora LTC; 2002

4 comentários:

  1. 500 000 células/min: isso que é troca de turno!
    Ótima postagem.

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  2. Alcançamos hoje a marca de 10 000 acessos! Estamos muito felizes! Obrigada por seus acessos e comentários.

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  3. Isso mesmo!

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