terça-feira, 14 de junho de 2011

Cavalo-Marinho

Ordem: Gasterosteiformes
Família: Syngnathidae
Gênero: Hippocampus

O cavalo-marinho é na realidade um peixe, e apesar do seu nome, não tem qualquer relação com os cavalos. No entanto, é diferente de qualquer outro peixe. Essa encantadora criatura nada praticamente na vertical, com o seu gracioso corpo arqueado na parte superior, encimado por uma cabeça parecida com a de um cavalo, com olhos que giram independentemente um do outro (com os olhos dos camaleões). Em vez de escamas, o cavalo-marinho tem uma armadura protetora de placas ósseas e possui uma forte cauda para se agarrar ao coral ou a plantas marinhas. Existem cerca de 40 espécies, mas todos partilham um extraordinário ciclo reprodutivo em que o macho passa pela gravidez.


                                           Imagem 1 - Cavalo-marinho

Os cavalos-marinhos passam a maior parte do dia alimentando-se de pequenos crustáceos e outros organismos vivos, denominados plâncton, que andam à deriva em nuvens através dos oceanos. Eles sugam a comida que vai passando através das suas longas bocas tubulares, uma vez que os cavalos-marinhos não possuem dentes. Usam como âncora a sua cauda preênsil para se agarrarem às algas e ficam imóveis por longos períodos, evitando a atenção de predadores e resistindo às correntes arrebatadoras.

Um cavalo-marinho macho e uma fêmea ligam-se para toda a vida e reproduzem-se várias vezes ao longo do ano. O acasalamento começa com uma dança de corte de madrugada, com o par se balançando ao lado um do outro com as caudas entrelaçadas. A fêmea usa então um longo órgão depositor de ovos, o ovipositor, para depositar centenas de viscosos ovos vermelhos, em uma bolsa especial no abdômen do macho. O macho fertiliza os ovos com o seu esperma. A bolsa fecha-se durante várias semanas, enquanto os ovos chocam e os cavalos-marinhos prematuros se desenvolvem. Para “dar à luz”, o macho faz uma série de movimentos caprichosos a fim de expelir os juvenis da bolsa. Os novos cavalos-marinhos estão completamente formados e capazes de se defender instantaneamente.

                                   Imagem 2 - Macho cavalo-marinho grávido

Com a sua armadura de placas inflexíveis, os cavalos-marinhos não podem se mover com rapidez pela água. Em vez disso, eles planam lentamente, impelidos por uma pequena barbatana dorsal vibrante nas costas que bate a uma incrível frequência de 20 ou 30 vezes por segundo. Controlando o volume de gás nos seus corpos, eles podem mover-se para cima ou para baixo. Os pares de cavalo-marinho macho e fêmea fazem uma dança ritual todas as manhãs para confirmar a sua ligação um ao outro, bem como os seus direitos territoriais, apesar de não se ter conhecimento de que sejam agressivos. Esse ritual pode envolver sons de “click”, que fazem atirando a cabeça para trás. Os cavalos-marinhos podem mudar de cor no piscar de um olho para se adaptarem ao ambiente.

As populações de cavalos-marinhos no mundo estão em rápido declínio, parcialmente devido à destruição dos seus hábitats costeiros e à poluição. Outra ameaça importante é a pesca, particularmente no leste da Ásia. Mais de 20 milhões de cavalos-marinhos são apanhados todos os anos para serem usados nas medicinas tradicionais asiáticas e como recordações no comércio turístico. Um grande número de cavalos-marinhos vivos são também apanhados para satisfazer a procura de peixes de aquário. As medidas internacionais de conservação incluem a criação desses peixes em cativeiro, a criação de zonas marinhas protegidas e a ligação com as comunidades pesqueiras para encontrar formas aceitáveis de reduzir a sua captura.

                                      Imagem 3 - Macho e fêmea de cavalos-marinhos

Os cavalos-marinhos encontram-se nas águas costeiras mais quentes, onde habitam recifes de cooral, mangues e prados de algas marinhas. A maior parte das espécies ocorre nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, apesar de serem conhecidas duas espécies nas águas norte europeias.

Na mitologia grega, o cavalo-marinho era uma fabulosa criatura marinha com cabeça de cavalo e corpo e cauda de peixe. Dizia-se que esses cavalos do mar puxavam a carruagem de Netuno, outro nome para Poseidon, o Deus do Mar. Acreditava-se que os pequenos cavalos-marinhos encontrados pelos pescadores eram as ninhadas dos monstros.


Referências: Coleção: O Fascinante Mundo Animal; Editora Duetto ( 2008 - 2011)



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