Ordem: Octópodes
Família: Octopódios
Gênero: Hapalochlaena
Espécie: Várias espécies
O polvo de anéis azuis vive nas águas dos oceanos Índico e Pacífico, desde o sul do Japão até a Austrália, a cerca de 30 m de profundidade. Encontra-se em recifes, fendas e orifícios nas rochas e fundos de areia.
Fig. 1 - Polvo de anéis azuis.
Este minúsculo assassino, do tamanho de uma bola de golf, espreita imóvel dentro de poça
de maré e recifes de coral dos oceanos. Quando ameaçado, os anéis intensificam o azul do corpo. Uma dentada desse polvo tão venenoso pode matar uma pessoa em minutos, e o pior é que não se conhece nenhum antídoto. No entanto, esse polvo não é agressivo, só ataca quando provocado. Existem quatro espécies de polvos de anéis azuis, todas elas letais.
O tamanho miniatura e as suas lindas manchas azuis fazem com que esse polvo seja muito procurado entre os possuidores de aquários, mas a sua captura desmedida tornou-se ameaçadora para a estabilidade das populações. Quando os animais selvagens são capturados, a maior parte deles morre no caminho antes de chegarem aos países onde serão comercializados e isso acontece certamente com os polvos de anéis azuis. Para além dos danos provocados pelos caçadores no hábitat de muitos polvos, a crescente preocupação sobre o futuro desses animais é agora uma realidade.
Estes polvos caçam durante o dia, espalhando o veneno na água em volta da presa para a imobilizar ou agarrando-a. Os caranguejos são apanhados pelos tentáculos e puxados em direção á boca, que se encontra na parte inferior do seu corpo. O polvo de anéis azuis utiliza seu bico em forma de ferrão para furar a carapaça do caranguejo e inserir sua saliva venenosa. O veneno paralisa os músculos respiratórios e os movimentos. Depois, o polvo arranca parte da casca para comer a tenra carne e os lugares onde não consegue chegar são digeridos pela saliva antes de serem chupados, deixando apenas uma casca vazia.
O polvo de anéis azuis passa grande parte da sua vida escondido. Consegue mudar de forma com facilidade, apertando-se para caber dentro de fendas quase tão pequenas como uma íris. Esse truque ajuda-o a escapar dos predadores, mas como medida de segurança suplementar, esse animal pode até empilhar rochas à entrada do seu esconderijo. Tal como outros polvos, ele nada expelindo água em forma de jato. Também se move por meio de dois tentáculos para rastejar e, se perder um deles, consegue regenerá-lo em apenas seis semanas.
O macho usa a extremidade de um tentáculo modificado para inserir o esperma na fêmea. Esta põe os ovos e cola-os á parede do local escolhido para servir de berçário, que pode ser uma fenda de rocha, aí ficando até à eclosão. As restantes três espécies carregam os ovos em uma cavidade debaixo de seis dos seus tentáculos, utilizando os outros dois para se movimentarem. Quando nascem, são do tamanho de uma ervilha, mas desde cedo têm de aprender a subsistir sozinhos, porque a mãe morre duas semanas após os ovos terem eclodido. As crias passam as primeiras semanas como o plâncton do oceano, derivando à superfície. Após ganharem peso é que descem ao fundo do mar.
Fig. 2 - Fêmea transportando ovos.
Fig. 2 - Fêmea transportando ovos.
Mito ou Fato
Para os aborígenes Yanyuwa do norte da Austrália, o polvo de anéis azuis é sagrado e considerado a forma terrestre das estrelas da constelação de Plêiades, que controlam a saúde e fertilidade do ambiente. Para eles, os anéis azuis-incandescentes desse polvo são as próprias estrelas, resplandecendo em seu corpo.
Referências: Coleção: O Fascinante Mundo Animal; Editora Duetto ( 2008 - 2011)
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