domingo, 19 de junho de 2011

Validação de Método: Protocolo Operacional

Para se elaborar este protocolo, o analista deve definir a quantidade de amostras que serão analisadas, a quantidade de análises e quais análises serão realizadas, a metodologia que será utilizada etc. Assim, a empresa pode criar uma definição interna para a validação ou covalidação dos métodos analíticos para o ensaio de teor.
Seguem abaixo alguns itens que podem ajudar a se elaborar uma validação de método analítica.
  • Números significativos e arredondamentos – neste caso, definir o número de trabalho quanto à precisão dos equipamentos ou dos sistemas que serão trabalhados para a obtenção dos resultados.
  • Médias – média não é um parâmetro de qualidade, pois conjuntos distintos de medidas podem oferecer a mesma média. Para a estatística, a média aritmética comum é a mais considerada.
  • Erro ou Simples desvio – são formas de expressar o quanto está se afastando de uma determinada medida, que pode ser controle de máxima/mínima, especificação, média ou valor de mercado.
  • Distribuição e Desvios – da mesma forma que o Erro ou Simples Desvio, o princípio é ter a medida do afastamento do valor de interesse. Na estatística aplicada á análise, até então, a distribuição normal é a mais aplicada (proveniente da equação do segundo grau). Hoje, com a aplicação dos estudos de incertezas, novas distribuições são avaliadas, como a triangular e a retangular.
  • Como amostrar – todo resultado analítico é emitido presumindo-se que a amostragem de obtenção de amostras foi a mais representativa possível. É um parâmetro importante e de difícil normatização. Há regras estabelecidas para produção em lotes, e poucas para produção em contínuo.
  • Padrões – garantir que o objeto da análise, o analito, está sendo realmente avaliado quanto à identidade, ao interferente e quantificado contra uma massa conhecida, é o maior desafio, e gera desconforto ou desconfiança quando da realização de comparações de resultados. Os padrões ou substâncias de referência, em sua maioria, são produzidos em nações que estabelecem respeitabilidade em nível mundial.
  • Rejeição de resultados – diante da dificuldade em definir, com confiabilidade, quais valores estão fora da centralização, podemos lançar mão de métodos matemáticos como o teste Q (Qualidade) ou G (Grubbs).
  • Seletividade – é a situação que requer atenção, pois deve-se ter a certeza de se estar analisando apenas o analito e não o analito com interferentes. As técnicas analíticas hoje, podem permitir avaliações avançadas, por meio de detectores específicos, com ajuda da informática. Pode-se também induzir a amostra, para a formação de interferentes, no denominado “estresse“ químico e físico. Estes interferentes necessitam de técnicas separativas para minimizar os efeitos dos sistemas de integração de áreas, principalmente para os métodos cromatográficos.
  • Recuperação – nem sempre o analito pode ser analisado em conjunto com os componentes de uma amostra. Dessa forma, torna-se necessário isolar o analito da amostra, ou seja, determinar qual porcentagem do analito pode ser retirada da amostra, por meio de uma extração. Este processo é denominado recuperação.
  • Limites de detectabilidade e sensibilidade – toda técnica responde com um sinal analítico para uma determinada quantidade de amostra, exposta direta ou indiretamente. Há uma quantidade mínima de amostra que o sistema é capaz de detectar, sendo esta mínima quantidade a detectabilidade. Dessa definição, originam-se os limites, como detecção, quantificação e instrumental. Já para a sensibilidade, trata-se da variabilidade em precisão, na qual um sistema de detecção consegue identificar duas concentrações próximas.
  • Linearidade – linearidade, propriamente dita, é a região ou intervalo de uma curva analítica em que a maior e a menor concentração, respondem com sinais analíticos próximos, isto é, estão lineares. Para se obter a curva, introduzem-se distintas massas ou concentrações,e, obtida a resposta ou um valor quantificado do sinal analítico, os mesmos são plotados nos eixos x e y. O principal artifício, para se obter o resultado pela equação da reta, é a regra dos mínimos quadrados, também denominada regressão linear. Os coeficientes de uma curva são bons indicadores de linearidade.
  • Precisão – precisão ou acertividade ou, ainda, grau de espalhamento são medidas que permitem verificar a estabilidade da técnica, do equipamento, do analista, da amostra e influencias do ambiente sobre a análise. É utilizada, também, para verificar o comportamento do resultado, quando da transferência de um determinado método ou da troca de metodologias.
  • Exatidão – é a principal medida, que define o grau de acerto sobre o resultado verdadeiro. Para a obtenção da exatidão, os fatores mencionados são importantes para garantir que a variação existente seja apenas do analito em questão e, não, das possíveis variáveis do sistema analítico. A exatidão se confunde, em alguns momentos, com a recuperação, pois, considerando que todas as variáveis do método estão sob controle, adicionando-se uma quantidade conhecida do padrão de referência sobre a amostra do branco e analisando-a contra uma curva de resposta, tem-se garantida a relação analisada com o adicionado, que pode ser denominada de exatidão do método.
  • Ensaios de robustez – determinam se o método deve ser executado com grande ou baixa atenção do analista, pela garantia da estabilidade do equipamento e reagentes. Não necessariamente, um método de grande atenção ou baixa robustez deve ser invalidado.
  • Parâmetros de aceitabilidade – os parâmetros de aceitabilidade são definidos pelas especificações impostas por normas, ou criados internamente, para manter a qualidade do produto, definidos pela variação da precisão, do decréscimo da estabilidade, do coeficiente de correlação, da recuperação etc.


Referências: LEITE, Flávio; Validação em Análise Química; 5ª Edição; Campinas, São Paulo; Editora Átomo; Ano 2008.

3 comentários:

  1. Eu achava que o que se extraia da cassiterita era o alumínio.

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  2. Oi Tricolor!
    Este comentário que você está fazendo é sobre a postagem "Alquimia?" (http://infinito-e-diverso-els.blogspot.com/2011/06/alquimia.html).
    Sim, o estanho é mesmo obtido da cassiterita e o alumínio é obtido da bauxita.

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  3. Obrigado pela correção, Fabrício.

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