sábado, 26 de fevereiro de 2011

Leis de Proust e Dalton

Até o século XIX a noção de átomo era de caráter exclusivamente abstrato. Não se podia fundamentar em nenhuma observação de algum fenômeno que confirmasse este conceito.
Joseph Louis Proust (1754-1826) analisou óxidos e sulfetos metálicos e obteve porcentagens constantes; isto lhe permitiu formular a lei das “proporções definidas”.  Segundo Proust, devia-se reconhecer que uma mão invisível conduzia a balança na formação dos produtos em uma reação química. Um composto é uma substância de relações fixas, ou seja, é algo que a natureza forma sempre mediante uma balança, segundo pesos e medidas. Analisando minerais Proust descobriu que independentemente da origem da amostra,a razão entre as massas dos elementos que formam um composto, depois de purificado seria sempre a mesma.



Dalton (1766-1844) interpretou os resultados de Proust relacionando-os com o peso do “oxigênio combinado”; naquela época havia que converter o conceito de átomo em uma hipótese mais fértil e verificável. Diante de tudo aceitou-se a ideia de que as últimas partículas de “matéria homogênea” são completamente iguais em forma, peso etc. “Qualquer partícula de água é igual a qualquer partícula de água; qualquer átomo de hidrogênio é igual a qualquer átomo de hidrogênio”. O principal objetivo deste trabalho era demonstrar a importância e vantagem da determinação dos pesos relativos dos compostos, tanto em substâncias simples como em substâncias compostas. As combinações aparecem como simples conexões atômicas. Seus pesos relativos, ou melhor, seus pesos atômicos, serão diferentes para cada átomo. A diferença fundamental entre as substâncias estará nas diferenças de seus pesos atômicos. “É tão difícil incorporar um novo planeta no sistema solar o aniquilar algum deles, como criar ou destruir um átomo de hidrogênio. Todas as mudanças que podem ocorrer consistem na separação de átomos que antes estavam unidos e na união dos que estavam separados”.
Dalton enunciou a lei das proporções múltiplas, segundo a qual, “quando diferentes quantidades de um mesmo elemento se combinam com a mesma quantidade de outro elemento, essas quantidades guardam entre si proporções simples que podem expressar pela série natural dos números inteiros.” Dalton simbolizou os distintos átomos de cada elemento mediante um círculo em cujo interior aparecia um sinal específico. As fórmulas químicas podiam “ser desenhadas” por sobreposição destes desenhos.
 Simplificando, os postulados da teoria atômica de Dalton são os seguintes:
1 – Toda matéria é feita de átomos, que seriam indestrutíveis e indivisíveis e constituem as partículas finais da química;
2 – Todos os átomos de um determinado elemento são idênticos, não só quanto a massa, mas também quanto as outras propriedades;
3 – Compostos se formam pela combinação de duas ou mais espécies diferentes de átomos;
4 – Os átomos são unidades das transformações químicas. Uma reação química seria nada mais que a combinação, separação e rearranjo de átomos.
Esta teoria foi aceita naquela época porque esclarecia algumas questões como a lei sobre a conservação da matéria  e a lei da composição constante.
Atualmente esta teoria foi desbancada pelo modelo quântico do átomo.

Referências: FONT, Juan García; Historia de la Ciencia; Ediciones Danae; 1970.

Um comentário:

  1. O conhecimento de Dalton foi útil para a época dele, mas inconpleto. O núcleo do átomo de H pode decair, virar nêutron e, assim, formar todos os outros elementos por fusão nuclear nas estrelas.

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