quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O enigma de Djabir

Numerosos tratados do século VIII aparecem com o nome de Djabir e como é natural, tratam de diversas matérias como: medicina, música, matemática, magia, astrologia, química etc.. O povo ocidental o conhecia por Geber, “rei dos árabes”.
Djabir é conhecido como o “o pai da alquimia Árabe” deixou duas propostas fundamentais sobre a química:
1ª – Existe uma substância primordial capaz de múltiplas transformações;
2ª – A maior capacidade de transformação está nos metais.



Para Djabir os metais eram formados por  enxofre e mercúrio e não pelos quatro elementos (terra, água, fogo e ar) de Aristóteles. O enxofre era caracterizado pelo princípio da combustibilidade e o mercúrio continha o princípio idealizado das propriedades metálicas. Pensava que todo metal tinha um par de qualidades externas ou aparentes e outro par de qualidades internas e ocultas. De modo que para transformar prata em ouro, por exemplo, havia que transmutar as qualidades internas em qualidades externas mediante os procedimentos que já haviam sido aceitos pelos médicos “hipocráticos”: tratá-las com qualidades de sinal contrário.
Em relação as técnicas de caráter experimental devem citar os procedimentos de evaporação, filtração, sublimação, destilação e cristalização que Djabir descreveu naquela época de forma admirável. Ele detalha também métodos para elaborar mercúrio, vidro e amoníaco. Sabia também como obter ácido sulfúrico e nítrico, assim como também produzir a água régia (mistura entre os dois ácidos) para atuar como solvente sobre os metais nobres.
Djabir chegou a manipular o sal amoníaco (cloreto de amônio,  NH4Cl) que podia ser encontrado nas crateras vulcânicas da região, o cloreto chamou sua atenção pois  era um composto que reagia com várias substâncias comumente disponíveis para formar outros compostos.
Uma das substâncias que Djabir usou foi o vinagre (ácido orgânico, CH3COOH), que ele destilava para formar o ácido acético concentrado (forte). Os gregos já conheciam este ácido, pois ele tinha a capacidade de dissolver certas substâncias.
Djabir praticava sua alquimia pois tinha a proteção de Já’far, o vizir do califa. Já’far, amigo e protetor de Djabir, incentivava os trabalhos experimentais e suas escritas. Quando Já’far foi executado, Djabir foi obrigado a se refugiar na segurança de sua terra natal, onde viveu até o fim de seus dias.
Referências: FONT, Juan García; Historia de la Ciencia; Ediciones Danae; 1970

2 comentários:

  1. Legal a postagem, Fabrício.

    Lembrei-me do livro, O Homem que Calculava e da matemática e astronomia dos persas e árabes.

    http://www.skoob.com.br/livro/1155

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  2. Oi Jaime!

    Obrigado pelo comentário.
    Que bom que gostou!
    Tenho mais algumas postagens sobre História da Ciência para incluir no blog.
    É muito legal ver que estão gostando deste tipo de postagem.
    Abraços!

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