terça-feira, 5 de julho de 2011

S.O.S. Águia-Pesqueira

A majestosa águia-pesqueira pode ser encontrada em todo o mundo e em termos globais não está ameaçada. A ave está bem adaptada ao mundo moderno e chega a construir seu ninho em postes de eletricidade e antenas de televisão. No entanto, em algumas partes do seu hábitat, tornou-se extinta enquanto ave capaz de reproduzir. A sorte dessas populações está sendo invertida através de programas de reintrodução.

                                  Fig.1 - Águia-pesqueira.          


No ano passado, as subespécies europeias de águia-pesqueira passavam meses no verão do norte onde se reproduziam antes de migrar para a África. Essas magníficas aves de rapina antigamente foram comuns no Norte da Europa tal como em outros locais do mundo, mas, no final do século XIX, tornaram-se raras. Durante muitos anos, a espécie foi perseguida quase até a extinção pelos guardas florestais que matavam as aves para evitar que estas capturassem salmões ou trutas. À medida que as águias-pesqueiras foram se tornando raras, os seus ovos tornaram-se verdadeiros troféus, e os corpos embalsamados atingiram preços exorbitantes. Na Itália e Espanha, as aves eram mortas durante as aterrissagens efetuadas nos voos migratórios para a África.

Nos anos 1950 e 1960, o uso de pesticidas ameaçou seriamente a águia-pesqueira. Resíduos de DDT concentraram-se nos peixes que serviam de alimento às águias-pesqueiras. As fêmeas começaram a pôr ovos com casca muito finas que se partiam facilmente. Foram necessários vários anos até se perceberem os efeitos devastadores do uso do DDT nestas aves. Como resultado, a população de águias-pesqueiras reduziu drasticamente. Atualmente, existem restrições legais bastante rígidas sobre o uso de pesticidas e as populações de águias-pesqueiras começaram a se recuperar.

                                  Fig.2 - Águia-pesqueira capturando um peixe.           

No início do século XX, as águias pesqueiras já não se reproduziam no Reino Unido. Foram avistadas em migração entre 1920 e 1950. Durante os anos 1950, algumas aves pararam na Escócia durante o verão e, em 1955 e 1956, construíram aí os seus ninhos. Nessa época, colecionar ovos ainda era popular e por isso os ovos das águias eram roubados. Em 1956, uma ave foi morta a tiro no Lago Garten e no ano seguinte foram roubados ovos. A Real Sociedade para a Proteção das Aves montou um esquema para proteger os ninhos. Centenas de hectares foram declaradas área protegida e os ninhos foram guardados. Foram tomadas medidas para proteger os raros visitantes e foram destacadas unidades do exército para proteger as aves. Ainda assim, um ninho foi assaltado em 1958, mas em 1959 as crias eclodiram. Desde essa época, as águias regressam anualmente. O Lago Garten é uma atração turística para as pessoas que querem observar as aves.

Depois do bem sucedido regresso da águia-pesqueira á Escócia, esperava-se que começasse a recolonizar o Reino Unido. No entanto, essas águias preferem se reproduzir nos locais onde voaram pela primeira vez. Foi estimado que poderia demorar 150 anos par que voltassem a recolonizar o Reino Unido.

O programa de reintrodução está em curso em Rutland Water, desde 1995. Esse programa, que foi financiado pela Anglian Water e pelo Fundo para a Vida Selvagem de Leicestershire e Rutland, é uma tentativa de reintroduzir a águia-pesqueira na Inglaterra.

Todos os anos foram capturadas, com uma licença especial, 12 crias de águias-pesqueiras de ninhadas diferentes. Essas crias foram colocadas em ninhos artificiais construídos em Rutland Water e foram mantidas lá até estarem prontas para voar. Quando as crias partiram em seu primeiro voo migratório foi usado um rádio para acompanhar seu progresso. Várias águias têm regressado regularmente a Rutland Water, pela primeira vez na região central da Inglaterra nos últimos 150 anos, tendo um casal até procriado.

                                  Fig. 3 - Águia-pesqueira ferida em temporada de caça em Malta.                 

Referências: : Coleção: O Fascinante Mundo Animal; Editora Duetto (2008 - 2011)

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